Balão Amarelo

Espelhado no rosto como algo que corre sem sentido nenhum, talvez disléxico, no meio de todas as fumaças tóxicas, condenando à perdição do chumbo do céu, misturando-o ao seu amarelo-púrpura, seu gás aéreo, sua mágica interpretada nos bandolins.

Estenda as mãos, estenda-as, pois não há veneno nestas paredes de papel pardo e giz, nestes galhos secos, podres e sem frutos ao lado dos circos que imaginávamos pairando pelo lápis, desde a infância: Lápis novo, lápis vivo, como uma gema que pairasse pelo céu claro, decorrido das máscaras e gracejos de velhos palhaços semicerrados, no óbvio que previa, nas brincadeiras sangrentas que se desmanchavam, todas, sem exceção, brilhantes como alma de criança dourada que com o dedo toca, que com o toque corre e com a corrida alcança, a luz, os sons de seus passos, os cheiros, o gris e sua aura flamejante com ao de um balão amarelo ao sol...

...até que estoure.