PENSAR POESIA

A poesia me derrubou do cavalo da vida
Quando me tocou curou feridas antigas
No simples capricho de me abrir feridas novas
Nunca mais senti que poderia ser o mesmo
Depois de sofrer o açoite de cada palavra

Augusto dos Anjos: Vês? Ninguém compareceu
Ao formidável enterro de tua última quimera...

Camões: Amor é um fogo que arde sem se ver
é uma ferida que dói e não se sente...

Pessoa: Conta a lenda que dormia uma princesa encantada

Vinícius: Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu, por toda a minha vida...

Quintana: É que expressais alguma coisa minha só para mim...

E mais tanto que diriam
Tantas outras palavras...

Devo à poesia
A tranquilidade de meus dias
A dureza necessária de um outro olhar
Um outro olhar sempre para as mesmas coisas
E permanecer assim como posso, inteiro sempre
Não importa a força do vento que sopre
Sobreviver, permanecer vivo e de pé
Os enlaces e desenlaces
Os encontros e desencontros
Os encantos de desencantos
Passam com o vento por mim
Enquanto eu vôo para onde quiser
Para onde tudo não tem fim...

Não faço poesia
A poesia está em mim
É a poesia que me faz
Homem e poeta e um arremedo de mim...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 03/07/2010
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T2356614
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