Ancoragem.
Eu tenho os olhos fixos mesmo no que não vejo, (assim te encontrei), e também me perdi...
Amando subjetivamente como parceiro em sintonia a um afeto que visa aproximar,
E um dia surgiu em minha vida, e eu senti a ternura se estender dentro do que vivi,
E a minha boca emudecida exaltava a adolescência engalanada neste aconchegar,
Embriaguei-me no beijo que não dei, no vinho que não sorvi, nos tópicos da escultura gravada,
Na diversa realidade, amando no tanto que a idolatria transforma a própria vida no que se cante,
E a noite escura fez estrelas surgirem, perpetrando em mim um tipo mais amável nesta jornada,
No começo de uma sossegada afeição prestante, a ser feliz e acreditar que o amor constrói como amigo e como amante,
Em reciprocidade este apego aproxima, revivendo a separação dos pensamentos,
Dentro da imortalidade e a cada minuto, num querer sem mistério, um anseio encorpado e permanente.
Tornando todos os dias motivos para sonhar, deixando a saudade aflorar nos sentimentos,
Nas amabilidades eu sentia que tudo era exato, de prazer cheio constantemente.
E desejei de tal forma, que eu seria incapaz de confrontar essa idolatria que para mim é singular.
Vai além das lembranças que não nos deixam esquecer, internam-se na imortalidade e a cada momento.
Mas um rumor me aquece, me acaricia, e todos os meus sonhos são desejos a se realizar.
A espera abarrota minhas aspirações, na tarde do próximo dia, nas noites vazias me embala o pensamento,
Hoje “releio” o toque das palavras em meu ouvido, as juras, às carícias ao coração,
É como ouvir todas as notas vividas, numa música em grandes acordes cifrados por ti.
A esperança do reencontro, nos beijos não dados, nos abraços só anunciados, mas que não foram em vão,
Exclui-se meu desejo de decorar as notas, e pondero; acho que me encontrei quando por ti me perdi...