QUANDO OLHO PELO RETROVISOR.

Os meus restos repousam em solo frio,

Minha alma aquecida se abastece,

Minha vida que antes foi sofrida,

Nem parece este céu de azul celeste.

Quando olho pelo retrovisor,

Me avisto numa lida sem vencidos,

Tudo é fruto de um tempo destemido,

Em que as lutas tinham certos interesses.

A matéria apodrece e tem um preço,

Hoje vale tão somente como adubo,

O que antes teve assento sobre tudo,

Hoje em dia diluída virou pó.

E juntando com gotículas de suor,

Que ainda se encontram entranhadas,

Tem de ser de certa forma aproveitados,

Como fonte de alimentos vegetais.

Desta forma vou nutrindo os animais,

Para serem consumidos pelo povo,

E ciclo se renova assim de novo,

E a vida robustece ainda mais.

Quanto Amim!, fico apenas observando,

Como é duro, esta vida dos mortais,

Se ainda volto não me cabe decidir,

Quem resolve, é o meu Deus tão soberano.

(Miguel Jacó)

A MORTE

Sei que um dia lembrarás de mim...

Já que a ti, ninguém passa esquecido,

bem que tentaste antes o meu fim,

mas ouviste então o meu pedido.

E na trégua vou vivendo assim,

da megera aos olhos escondido.

Ganhando mais tempo que enfim,

talvez não valha o apelo urdido.

E assim são as vidas condenadas,

ao cadafalso da morte algoz,

Quando a espada remete feroz.

Seremos de tal forma, arrebatadas

sobre as nossas cabeças tão caras,

Que por final rolarão cortadas.

Para o texto: QUANDO OLHO PELO RETROVISOR. (T2353297)

Obrigado Elen Nunes por esta eximia interação.

Miguel Jacó
Enviado por Miguel Jacó em 02/07/2010
Reeditado em 02/07/2010
Código do texto: T2353297