O vôo da inocência...
Quando eu era criança gostava de, no final das tardes, subir até o ponto mais alto do vilarejo onde nasci, e lá, ficava esperando o vento forte que com freqüência soprava, naqueles dias de outono.
Quando o vento chegava, abraçava-o com alegria e sentia a liberdade entrar na minha camisa desabotoada. De repente, segurava nas pontas da camisa que vestia, imaginava uma asa vigorosa que me levaria, pairando sobre o ar fresco, a qualquer lugar que quisesse, e começava então, a correr contra o vento forte até que meus pés se desprendiam do chão e eu começasse a voar.
A sensação era maravilhosa. Meu pensamento assimilava a idéia de estar voando com um desprendimento magnífico. Por vezes percebia-me no chão, mas num pulo, via-me novamente no ar, agora já imaginando que lugares eu iria percorrer naquele vôo de paz.
No início, meu corpo quase não fazia questão de me deixar voar sozinho, mas com o passar dos anos, ele começou a ficar sempre mais tempo comigo, até que um dia, cansado de levá-lo, deixei de voar.
Hoje tenho em mim, um corpo obcecado em aprisionar a minha liberdade e o meu desejo de viajar novamente. À noite, porém, quando o vejo despojado sobre a cama que durmo, prometo fugir mais uma vez e ir para os lugares com os quais minha alma sonha desde criança.
E quando acordo, muito pouco andei por aí. Sinto receio de perceber como os lugares que outrora visitara estão mudados, e quão mais sombrios eles estão agora. Mas sei que bons lugares ainda existem e acredito que estarei lá um dia, para desabotoar meu pensamento e viajar em busca do universo de suas maravilhas.
Quando eu era criança gostava de, no final das tardes, subir até o ponto mais alto do vilarejo onde nasci, e lá, ficava esperando o vento forte que com freqüência soprava, naqueles dias de outono.
Quando o vento chegava, abraçava-o com alegria e sentia a liberdade entrar na minha camisa desabotoada. De repente, segurava nas pontas da camisa que vestia, imaginava uma asa vigorosa que me levaria, pairando sobre o ar fresco, a qualquer lugar que quisesse, e começava então, a correr contra o vento forte até que meus pés se desprendiam do chão e eu começasse a voar.
A sensação era maravilhosa. Meu pensamento assimilava a idéia de estar voando com um desprendimento magnífico. Por vezes percebia-me no chão, mas num pulo, via-me novamente no ar, agora já imaginando que lugares eu iria percorrer naquele vôo de paz.
No início, meu corpo quase não fazia questão de me deixar voar sozinho, mas com o passar dos anos, ele começou a ficar sempre mais tempo comigo, até que um dia, cansado de levá-lo, deixei de voar.
Hoje tenho em mim, um corpo obcecado em aprisionar a minha liberdade e o meu desejo de viajar novamente. À noite, porém, quando o vejo despojado sobre a cama que durmo, prometo fugir mais uma vez e ir para os lugares com os quais minha alma sonha desde criança.
E quando acordo, muito pouco andei por aí. Sinto receio de perceber como os lugares que outrora visitara estão mudados, e quão mais sombrios eles estão agora. Mas sei que bons lugares ainda existem e acredito que estarei lá um dia, para desabotoar meu pensamento e viajar em busca do universo de suas maravilhas.