As muralhas

    
O Universo surge, segundo a Ciência, a partir de uma explosão cósmica, o chamado “Big Bang”. Depois dessa explosão, vários gases reagiram e formaram partículas, depois moléculas, células, vidas e o homem, numa relação harmônica entre os seres e a natureza.
     Depois de milhares de anos, a humanidade começa a se tornar complexa e as relações sociais do indivíduo são criadas e recriadas ao longo dos tempos. Tentar entender a complexidade torna-se papel decisivo para a compreensão do destino e do sentido da vida.
     Surgem as guerras, as pessoas participam involuntariamente, morrem por causas que muitas vezes não são suas. A morte em massa choca , e o valor da vida entra em questionamento. A dor passa a ser suportável. Percebe-se, então, que as guerras trazem a loucura e o desentendimento sobre coisas do mundo real, comprometendo o futuro mental de um indivíduo vítima do processo. Este se fecha em suas lembranças, cria muralhas tentando se defender do passado incompreensivo e confuso.
     As teorias assolam sua mente e tentam justificar a felicidade com bens materiais, a razão predomina sobre todos os sentimentos, pois começou a ser vista por um ângulo totalmente científico. Tudo que não pode ser explicado fica a escanteio das relações humanas.
     Consegue quase tudo o que se busca, mas não se sabe o que se quer. E assim, todas as teorias, sejam marxistas, positivistas, existencialistas e psicologismos, além de outras, não resolvem o vácuo existencial do ser humano.
     O homem vê a pregação da paz como algo que sustenta a própria guerra, mantém a disciplina severa e é contra qualquer manifestação de rebeldia. Porém ele se revolta, ama, faz sexo e cria uma cerca para defender suas conquistas.
     Conquista essa liberdade para amar, adquirir riquezas e tem vontade que tudo isso lhe traga sentido para a vida e compreensão sobre o seu próprio caminho e propósito no universo. Não conseguindo o que quer, destrói tudo, fica na lama, e mesmo o amor vira um monstro negro que quer confundi-lo.
     Cansado, frágil e quase morto pelas doenças do seu passado, quebra a muralha e se restabelece, usa sua liberdade para o bem e para o mau, transforma-se num ditador, persegue os oprimidos, cria o seu símbolo que será respeitado e venerado. Assim, sai marchando com o poder de suas novas ideologias.
     Tudo isso se esconde atrás de uma nova muralha que, de tão insuportável, explode como uma bomba atômica e manda pedras para todos os lados.
     Começa a reconstrução, as crianças participam do trabalho em reconstruir a morada. E ali um novo contexto cultural vai construir novas mentes, novas formas de acreditar em algo ou alguém. E talvez descubram que o ponto de convergência é no futuro, e que o homem vive, tem seu valor e seu significado e que caminha sempre para Deus!
Antonio Marques de O Santos
Enviado por Antonio Marques de O Santos em 02/07/2010
Reeditado em 05/10/2010
Código do texto: T2353141
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