Quando de mim sou ausente...
Quando de mim sou ausente...
Ando naqueles dias de repartimento,
Repartir.
Quando há algo na engrenagem que se amiúda dentro de você, e vai repartindo, repartindo, remoendo,mastigando, lacerando...
Esfacelar.
Algo que parte e espedaça,
Desalenta.
Ando acabrunhada de mim.
Um não sei que de revoltosa maresia,
Se um barco, a esmo, quase a naufragar...
Se naufrago, a mitigar a solidão...
Há um desassossego descomunal,
Um revolver de entranhas.
Turbação.
Há em mim,
Um murmúrio repetido que é quase ensurdecedor...
Ando naqueles dias de contar letras que se separam,
Quando consoantes rejeitam veementemente as vogais,
Dias sem pontos nem vírgulas.
De textos sem parágrafos, inteiros, longos e arfantes...
Ando sem verso e sem prosa
Dias de poesia espremida.
Dias de torcer a palavra.
E retorcer,
E distorcer.
Dias que sugam a sorte.
Cercados de desertos.
Incertos.
Ando sem rumo,
Surda no que me é falta de cor e calor.
Cega,
Quando o silêncio é açoite e abandono...
Dias assim...
Apartados,
Ando assim,
Ausente de mim...