Prosa - Solidão
Um dia eu resolvi me afastar da solidão,
Comecei a caminhar a esmo, sem destino
E assim passei quase o dia todo a vagar
Pensativo, cabisbaixo, sôfrego, desiludido
Sim, sozinho e com muita dor no coração
Comigo somente o Divino
Nele em quem tenho crença
Em cada lugar aonde chegava
Praticamente o povo não mais me olhava
Quanta diferença!
Logo eu que era festejado por aonde chegasse!
Minha única vontade era derrubar,
Dar um basta no isolamento
Mas a solidão aumentava mais e mais, multiplicava-se
Aquilo era um suplício...
Eu que sempre fui perspicaz, agora estava sem descortino
Nunca imaginei que me desfazer dela fosse tão trabalhoso
Até que sem o querer, percebi
Que pra onde eu fosse ela seguiria meus passos
Assim como que me dando um abraço
Numa perseguição sem fim
Mas eu teria de vencer essa sensação tão incômoda
Cheguei a entrar num botequim, desisti...
Não havia sequer um norte
E quando finalmente uma luz clareou, pensei...
E disse que minha vida não poderia continuar assim
Vi e pude sentir que a solidão era eu mesmo
Estava enraizada em meu ser
Vestia o mesmo manequim.
Sem correção de texto.