ESTE SUJEITO O AMOR!

 

 

Que me diria a saudade... 
     Se soubesse o quanto ela me toma?

Que me diria o amor...
     Diante do meu desencanto?

Que me diria a tristeza...
     Se soubesse do meu pranto?

 

     Ora, bem me perguntaria
a paixão que sobra em meu peito,
se ela pode ser só minha,
assim, devagarzinho,
que chega tão sem jeito?
Ah... Eu, nada responderia,
no momento, pois a emoção
não permitiria.
As palavras me calariam
e o silêncio em minha boca moraria.

 

Quem me dera a porta fosse aberta
para que o amor entrasse,
sem bater.
Sem ludibriar a minha confiança;
eu me entregaria
- sem me conter.
Sem lutar e sem doer.

 

O amor é uma contradição.
Se não o conhecemos,
abraça-nos a solidão;
Se o percebemos
– quantas vezes dizemos não?
Eu queria um amor duradouro,
que me permitisse ver
através de suas linhas
(quase) danificadas pela espera,
o verdadeiro significado
desse mistério que nos envolve 
em corpo e a alma,
juntinhos, lado a lado.

 

Haveria de sentir, então,
os arrepios da paixão
que ascenderia
os mais resolutos desejos;
reacenderia a chama,
irremediavelmente apagada
pela desilusão
há tanto tempo
em mim alimentada.

 

     Não há nada que possa apagar
as cicatrizes construídas
ao longo da solidão, 
mas abraçaria, com certeza,
a nova chance de amar, 
sem nada pedir
ou exigir
Só amar!