SONO INSANO.
Não sei quem sou/estou.
Não sei aonde vou/se vou/volto ou
permaneço.
Aonde?
Descreio ou acredito?
Não conheço minha alma,
em farelos espalhados nos (re)cantos
do meu ser.
Não alcanço meus sonhos,o sono
é insone/insano e o incansável: cansou.
O inatingível de mim se esmigalhou e
nem sei ao certo o que jazia em mim guardado.
Aguardando?
O silêncio é ensurdecedor e o assombro dos
gritos emudecidos parecem cantigas de ninar.
Acalanto.
A vida (ir)reflexiva,(ir)refletida, qual estrelas
nas ondas do mar;brinca, rola, flutua e se deixa
desaparecer lenta e pontualmente, á cada amanhecer.
Adormece.
Sol e lua no mesmo e inalcansável firmamento.
Céu noturno celeirode astros cintilantes sob
o clarão intenso da lua recém parida do horizonte.
Areia/espuma/brisa/bruma/ maresia...mistura que se
separasem jamais se deixar.
O vento faz ciranda ao redor do riso/siso/lágrima.
As lágrimas fecundam as ranhuras do coração que
insolente/debalde, luta pela certeza da dúvida que gera
a morte em vida de um grande amor.
O sonho é insone e o sono insano tirano, que traz em
si uma aura mística de esperança doce que se esvai ao
acordar.
Márcia Barcelos.