Quis tanto o teu amor, desejei-te tanto...
Uma fome diferente, de quem se acostumou a sentir fome...
Não o desejo que, por momentos, satisfaz...
Ver-te me comprazia, acalentava-me a alma
... e, a agonia da soliodão, não mais existia. 
Eu tinha fome dos teus olhos, de tua presença
... Saciada poderia vir a sobremesa,
leve... Igual  mousse!
Poderíamos estar simplesmente abraçados...silentes.
Sabes o que é sentir os raios de sol após as muitas chuvas?
A delícia de absorver na calma noite o perfume da roseira?
Ou,  sentir a brisa esvoaçando os cabelos
... levemente, acariciando o rosto?
O deitar na grama verde, de olhos fechados,
para melhor ouvir o canto do pássaros?
Olhar o infinito... e, lá no alto contemplar o voo tranquilo,
e sereno, de uma águia?
Era assim, o meu amor por ti...
Por isso, até hoje trago em mim.
E... tu, cego... Nada enxergaste...
Passou o tempo,ventos e tempestades
...a vida tem um bom colírio: O TEMPO!
Saraste?
Quem sabe...Um dia!!


 Uma Fome Diferente, Recife, 27/06/10.
 
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O trabalho Prefácio do livro "Conflitos de uma alma." de EstherRogessi está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 28/06/2010
Reeditado em 24/03/2016
Código do texto: T2345590
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