Abaixo às Armas
No final sempre o perdedor baixa as armas...
Precisamente hoje ele assim não fez...até os adversários não comprenderam...
Pensaram:
- Que pensa este homem? Como se acha no direito de manter erguida a fronte e as armas mesmo após a derrota?
E quem fosse abatê-lo não conseguia. Ele estava em um mundo seu.
Então alguem teve a ideia de dirigir-lhe a palavra:
- O que te faz peranecer de pé, mesmo estando derrotado, não sabes que eu ou qualquer um agora pode extinguir-te?
- Não tinha até tempos atrás medo da morte - principiou ele - tinha medo da vida. De tudo fugia, até das minhas responsabilidades. Quando finalmente fui empurrado pra conhecer o mundo, aconteceu o que eu esperava: solidão, feridas, fome, cansaço, angustia. Abaixei as armas e aceitei a derrota...foi quando entrei nessa comitiva...e aqui estou. Quando cheguei parecia-me que todos eram felizes e eu um pobre coitado. Percebendo minhas elocubrações um velho veio até mim e disse:
- Eles são iguais a ti e não superiores...passaram pelo que tu passaste e vieram pra cá...nessa caravana so lhes resta uma coisa: fé...
- Fé! Que queres dizer com fé?
- Abaixar as armas e jamais desce-las.
- Velho és louco? Como se sucede isso?
- Abaixe as armas pros inimigos, mas não o acreditar que podes derrotá-los...perderás homens, mas eles perderão mais...
- Percebi que o velho acertara, e percebi que o que importa é a emoção da batalha, a vitória é meta, mas não o fim..
O homem o matou...mas desde aquele dia, o orgulhoso guerreiro permanece vivo, pois a derrota existe. A vitoria é o fim da derrota, importante é o calor da batalha.
"Pelo Amor, pela Vitória e pela Gloria de Deus" - S. João Bishop