Fim de Noite
Que confusão,
o bonde perdi.
Desci o monte,
corri, corri.
Anoite era fria,
como era!
Corpo, alma
enrijecidos.
A Lua sumiu,
saiu o Sol,
o dia chegou,
gorgeam os passáros
anunciando a manhã.
E eu, cansada
ainda corria...
vio o rio,
a terra,
o céu,
o ar,
o homem,
o animal,
e tudo que se imaginar.
Mas e o danado do bonde?
Esse eu não vi,
se escondeu
Deus sabe onde,
nem procurei,
porque já era dia
e noite,
não mais fazia!