Quem não Compreende Meus Versos
Novas peles a dobrar a alma
A dourar as bruxas no estro
Quando ferve a alvorada;
Mortos olhos a fitar as folhas
Que o passado encalha.
Depois, derruba estrelas roxas
Numa caixa de pelotas brancas;
São fósseis duma imagem lânguida
São fórceps a bailar no Atlântico.
Bato pouco no rosto e encontro vocábulos
Metonímias gastas, gentilíssimas hipérboles
Perdidos versos a encantar incrédulos
Os céticos?
Que faleçam na praia donde parte o sol
Donde chega a hora;
Partam ao meio o umbilical da flor
Afoguem sem o remo que o guiam
Onde o emissário desova.
Só não manche de espuma o mar
Plante as batatinhas que nascem, se nascerem
E esparrame-as no chão... Que visão!
O zomol tóxico esvai e esguicha
Nem as cianofíceas poderão suportar.