Quem não Compreende Meus Versos

Novas peles a dobrar a alma

A dourar as bruxas no estro

Quando ferve a alvorada;

Mortos olhos a fitar as folhas

Que o passado encalha.

Depois, derruba estrelas roxas

Numa caixa de pelotas brancas;

São fósseis duma imagem lânguida

São fórceps a bailar no Atlântico.

Bato pouco no rosto e encontro vocábulos

Metonímias gastas, gentilíssimas hipérboles

Perdidos versos a encantar incrédulos

Os céticos?

Que faleçam na praia donde parte o sol

Donde chega a hora;

Partam ao meio o umbilical da flor

Afoguem sem o remo que o guiam

Onde o emissário desova.

Só não manche de espuma o mar

Plante as batatinhas que nascem, se nascerem

E esparrame-as no chão... Que visão!

O zomol tóxico esvai e esguicha

Nem as cianofíceas poderão suportar.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 06/09/2006
Código do texto: T234141
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