Reencontro

Nem mesmo seu olhar cruzou o meu, mas sinto-o ainda profundo na minh’alma como há 35 anos atrás.

Faltou-me o ar, respirei fundo, mas nem um abraço apertado e saudoso. Um reencontro de aperto de mãos e dois beijinhos no rosto.

O que o tempo nos fez?

Você ali tão perto e distante.

Sei que me observava como eu a você enquanto, em roda de amigos, contávamos nosso presente e recordávamos nossa história estudantil.

Nenhuma iniciativa de diálogo a dois. Não tive coragem. E você...

Esse sentimento que não esqueço, que vive preso em meu peito. Amor aos ventos que me carrega e me eleva, a voar, no ar. Amor às estrelas pulsando seu brilho sem se apagar. Amor ao mar marejando meu pranto quente e salgado.

Ah! Saímos calados um com o outro, mas o sol falava por nós, especialmente pra mim, indo embora, no encontro de céu e terra, que a noite se aproximava para eu continuar a sonhar.