Compondo chuva e estrelas

À espera do momento que não chega

na janela do trem que passa

e se vai.

Segue ritmado, em batidas suaves

Sentada na beira do muro, a menina

dos olhos marejados, cansados, toca seu violão, sol

pôr-do-sol

solidão da noite que adentra a alma.

O céu de nuvens tácitas

desenhando leis que se desfazem com o vento

se esvai.

Refletida no espelho escuro de olhos questionadores

a lua chega, brilho que ilumina, em algum lugar

sem precisão, os dedos trilham as cordas

e a voz trêmula ensaia uma canção.

Voz suave, um murmúrio, apelo, súplica

vai o trem apitando pelo trilho

caminho definido, e ela pousa o olhar no horizonte

se distrai.

Em réplica de chuva e estrelas

lágrimas, lentamente escorrem e caem ao solo

da canção, segue estrofe.... se refaz em refrão

Uma mistura de sons e tons

sem dó... entoa em si

bemol, lá

no fundo da alma.

Adriana A Bruno
Enviado por Adriana A Bruno em 18/06/2010
Reeditado em 18/06/2010
Código do texto: T2326455
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