Não preciso apagar nada
Hoje tenho possibilidade de falar que te amo desde sempre.
Sim, cheguei à conclusão que sempre foi amor. Aquele amor que não se explica sequer com um "te amo". Aquele amor que é bem mais que amor.
Te amo desde a química que tivemos na primeira troca de palavras, no primeiro encontro. No primeiro beijo.
Te amo desde que te auto-intitulaste meu namorado (e tão bem que me permiti ver-te como isso mesmo, um namorado...!), e me salvaste da cadeia de existência que possuía dantes de te conhecer.
Te amo desde que me deste a mão e mostraste que só a tua pode ajustar-se perfeitamente na minha, como um quebra-cabeça. Desde que me cantaste aquela música, "Um certo alguém".
Te amo desde que estivemos no Pico, juntos, abraçados. A escutar "Konstantine", que sem estar perto de ti já não tem sentido escutar, baixinho.
Te amo desde aquela surpresa num dia normal. Amei a caixa de bombons, o beijo.
Te amo desde aquelas noites em que falávamos durante horas ao telefone (nem que fosse para fazer as pazes após uma discussão!) e posteriormente passávamos os dias que se seguiam a comentar isso.
Te amo desde sempre. Sim, desde sempre.
Podes ter arruinado tudo. Posso ter perdido o direito a possuir mais do que aqueles 93 dias que me ofereceste, os melhores de sempre. Mas os blocos continuam lá, no chão, perto da parede que caiu.
Luto por reconstruí-la, dia a dia, vocábulo por vocábulo.
Só tu conheces como sou, meu amor.
Apenas tu sabes como me fazer feliz. Como me enervar. Como me estimular.
E eu... Eu sei uma coisa, além de todas as outras que já te falei por muitas vezes: eu te amo.
E o amor, esse, não se apaga. Jamais. Perdura mais do que uma existência.
"Viver é como fazer um desenho sem borracha. Contigo não preciso apagar nada."