O ABRAÇO

Com as malas nas costas e a poeira vermelha atrás, o sol dobrou o espigão e se foi.

Outras malas chegavam e eram descarregas em minha sala. Algumas eram tão grandes e pesadas que mal passavam pela porta. Eram amontoadas no chão , sobre a mesa, nos sofás e nas cadeiras. Quando não havia mais espaço para se mexer , ela abriu um sorriso deste tamanho e me abraçou por inteiro . Não foi um abraço simples com beijinho no rosto. Não! Foi um abraço forte, diferente, como se ela fosse um molde de mim mesmo. Fiquei totalmente absorvido que nossas respirações se tornaram uma só. Eram ofegantes com dores no peito e dentro dele um coração com ritmo estranho . Batia como se fossem as últimas pulsações , molhando meus olhos.

Ela não me soltava.

Apertava-me !...

Apertava-me muito ...

Apertava-me com muita força a saudade.