Amores Encadernados (EC) - Compõe a série "Canções e Re- Versos"

Amores encadernados (EC)

“... Ainda lembro

Que eu estava lendo

Só prá saber

O que você achou

Dos versos que eu fiz

Ainda espero

Resposta...” - Resposta, Samuel Rosa / Nando Reis.

“... Você está vendo

O que está acontecendo

Nesse caderno

Sei que ainda estão...

Os versos seus

Tão meus que peço

Nos versos meus

Tão seus que esperem

Que os aceite...”.

Amores Encadernados...

Amores engavetados, encadernados, encarcerados no frugal limite da nossa decisão, ou indecisão. Pelo sim ou pelo não, na dúvida, guardados. Abrigados da possibilidade de ser.

Empoeirados e arquivados nas gavetas amareladas do nos tempo de esquecer.

Amores agigantados no coração que padeceu de um calar sepulcral.

Não. Amor genuíno não se perde no tempo ou em baús, caixas, envelopes neutros.

Amor de verdade fica acalentado e bem aquecido, pulsando, mora e transita livre e levemente no caminho suave das nossas melhores lembranças...

Sem lastimar...

Fiz para ti os versos mais adoráveis, minhas letras para ti adornadas de puro sentir, se eram minhas, seriam tuas no momento exato que tu as recebesses, não só nas mãos, mas abraçasses com a alma os carinhos que a ti destinava...

No pensamento febril e flutuante um único querer, a tua simples e sincera aceitação.

Pus no papel as razões do meu por ti suspirar, tantas eram as páginas, tornou um caderno, aquele que escrevia nacos de querer, doses de paixão hora após hora.

Imprimi de afeto o que tu ao ler, sentirias.

Era mais que uma carta de amor.

Muito mais que uma carta de amor...

No tempo perderam-se as vãs palavras, no redemoinho da vida, voaram soltos os poemas pela aventura que é o simples existir.

Na alma rasgaram-se páginas,

Nas mágoas quebraram-se em fagulhas, mil partes, um castelo de encantos feito todo em puro cristal...

E o caderno parou num canto qualquer do destino. Encostado em um fundo à toa de um armário. Embotado,perdido meio aos sintomas de que a vida passou, transcorreu,

Sem esse recado.

Sem resposta.

Sem envio.

Sem dizer...

E o amor, a ti destinado é uma lembrança, que ficou lá atrás...

Este texto faz parte do Exercício Criativo Escrevi, mas Não Mandei...

Saiba mais, conheça os outros textos:

http://encantodasletras.50webs.com/escrevi.htm

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 14/06/2010
Código do texto: T2318850
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.