Paraíso longínquo para pintores

Ai que saudade de Veneza?

Terra repleta de águas...

Cidade linda de paisagens...

cheia de inspirações para artistas diversos...

Como eu, que amo a literatura e a pintura...

Como um rapaz que gaba a arte mais plena...

Andar de barco para cá e para lá...

ir pelas ruas inundadas semelhante a um rio...

Conhecer gente diferente em suas casas antigas...

Saber sobre senhoritas afáveis em seus lares...

E, ali, aprender a pintar...

mesmo se for para passar fome...

comer o pão das artes plásticas...

Mas amar a poesia de todo o coração...

para escrever versos sem muito nexo...

num quarto escondido pelas sombras...

no interior do recôndito, falar de amor...

numa cidade da Itália, um lugar distante...

no mundo de fantasias de muita gente...

um local longínquo...

Disseram lá ao ensinar: quanto tempo você pinta casarios?

Eu, no meu orgulho, disse que pinto qualquer coisa,

Que mais de cinco anos pinto também casarios!

Falaram: então, você ainda não sabe pintar!

Desapontado! Por quê? O que há de errado nisso?

É que tem que pintar um tema só por dez anos,

Para dizer que é expert naquele tema!

Falar a verdade: não concordo!!!!

De noite escrevia de vez em quando algo,

Alguma coisa qualquer, um diário talvez,

Em forma de poemas, poesia pura de minha distância,

Lá não é o paraíso, nem o lugar mais cheio de pessoas amáveis,

Quase não entendo o que diziam, então, só ria deles,

E diziam, só poderia ser brasileiro,

Mas não sou assim plenamente, minha nação deveria ser outra...

Tenho sangue de Leonardo da Vinci?

Você poderia dizer que não!!!

Mas discordarei se me comparar com algum Picasso,

Detesto artes estranhas, amo o impressionismo e o renascimento...

Como gosto de pintar paisagens,

Amo o verde dos jardins, as flores e as moças com vestidos coloridos...

O olhar brilhante da mulher, as crianças felizes que correm nos gramados...

Enfim, a natureza é linda, linda de doer, tão bela que é capaz de fazer eu reparar,

Por horas, escolher um ponto turístico, uma pessoa bonita,

E mesmo que eu pinte lindamente, hoje o feio é resplandecente!!!!!!

Amam abstratos, amam cores que qualquer um faz, eu amo a natureza...

Não irei mudar meu estilo, embora sempre altere sim alguma coisa,

Coisas que o progredir de dias fazem com o artista,

Fase rosa, fase azul, fase verde... ? sei lá, é assim!!!

Coloco poesia nas minhas pinturas, só quem ama as árvores,

O riso, o brilho no olhar, pode perceber algo...

Insiro as palavras de poeta em cores,

Quando faço uma cachoeira, um riacho ao longe,

Percebem as crianças que vêem bem discretamente,

Algum detalhe, alguma coisa incluída...

Fiquei pensando numa coisa:

Será que nas palavras que faço com carinho e espontâneas,

Há alguma cor inclusa nelas? Algum colorido escondido em textos de poesia?

Não sei e talvez não vou saber,

No entanto, vou sonhar com seu jeito e seu dizer...

Que além de cores, há alguma emoção, alguma dor?

Dor não, quero te dar só prazer,

E a felicidade vai ficar na paisagem verdejante em que estejamos

Desfrutando a vida de sonhos jamais sonhados!!!

Wanderson Benedito Ribeiro
Enviado por Wanderson Benedito Ribeiro em 14/06/2010
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