[A Pena da Viagem]

As águas que corriam na passagem

não mais existem - foram desviadas!

Não há mais o modo de eu voltar ali

para colher aqueles seixos brancos,

as pedras lisas da longa viagem...

O sentido da vida - qual é mesmo?

Ah, tomara os espelhos nos mostrassem

o esqueleto que em breve seremos...

E que, antes do último suspiro, refizéssemos

pergunta a que jamais respondemos:

- valeu a pena a viagem?

E da minha viagem, eu cumpro a pena:

por quanto tempo ainda haverei

de contemplar o leito daquelas águas...

[Penas do Desterro, 13 de junho de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 13/06/2010
Reeditado em 10/04/2012
Código do texto: T2318221
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