O amor e a razão - Ele e eu

Ele e eu (Esse foi o primeiro título que dei a meu texto, amor e razão foi o que acrescentei para o recanto das letras).

Como eu gostaria,

Que não fosse a herança,

Um resquício,

A correr o mundo;

Não seria tentada a me salvar;

Vejo-o tão cogitabundo,

Remoendo o negar.

Ficaria sim, se pudesse!

E assim, se coubesse;

Mas no sofrimento talvez,

O amor, não sobrevivesse.

E se me vês entre livros a vida passar,

Sem remorso a mala aprontar,

Que perspectiva teria? Cachos entre poesia!

Embaixo do braço ideologia?

Na cabeça utopia...

E tu desejas me agarrar?

Quanto sofrimento

Não passas tu?!

Por amar quem na realidade

Aventura de viver ama.

Por querer-me na cama,

Enquanto estou a lutar.

Quantas vezes beijo - te?

Sensualmente as divagações

Muito mais vezes amo,

Por isso, em teus braços traio.

Oh! Senso e magia,

“Quantas vezes não parti!”

“Sem sair do lugar”

Desse modo hipoteticamente fugia.

Se poucas vezes estive aqui,

Fantasia? Sou a imagem a ir.

Quem te confunde?

Não o firo com um espadim,

Mas com um amor assim

Contudo, feliz não esteve tu como o que pude te dar?

Como a vida, vim para partir.

Não me obrigue a ficar

Quando eu quiser sair

Não diga que é para eu acreditar;

Os seus costumes não,

Nem dite o meu papel

Obsoletos são esses interesses

Costumizo e resignifico para

Não desandar.

A probabilidade de um paraíso,

Quando a carne acabar,

Não me obriga,

A tribulação do inferno aceitar.

Murchar, nossos frutos iriam...

Frustrar

Se não desterro a pena

Ela defenestra as oportunidades,

Acredito

Virá a gangrena

Na miséria a paixão/amor corrompe-se

Quando não um destrói sem pensar.

Suicídio!

Fica o vazio ou o desprezo,

Liberdade?

As correntes o louvor...

Assim nem felicidade

Nem fortuna!

Enterro sem glamour.

Sei de ti,

E hoje outro dia,

Que com um sorriso alegre Sim, me acordaria...

Ontem quando derramado uma

Lágrima teria!

Quando amor não seria para tão desprendimento conservar?

Salgam a consciência,

Lágrimas internas vêm me assolar.

Animália do mundo,

A realidade

Da vida faz a dó eu enterrar,

Se não fingir, fatalidade!

Ou o já fingimento?

Sei que esqueci de contar...

Releve, por favor, releve,

Teus jasmins,

Tão carinhoso a me presentear,

Sim, alienei! É o que não deve,

Para sempre.

Não nego, gratidão de leve,

Que paraíso o louco vem gritar? Mas gritam o tédio

Gritam as morbidades!

Pode não excitar!

Ao amor do circulo de metal

Negar-me-ei.

Desse modo serei

Só medo de me aprisionar.

Dos meus pensamentos e desejos não mais voar.

Medo de olhar e não ter feito

Por um tempo tão vendido a mim está, querendo assim, também me comprar?

Quando encostas-se a um canto,

Taciturno, pensa...

Quem ela é?

Descobre enxuga teu pranto

Custa crer que uma lágrima por amor alguma vez enxuguei no manto.

Enquanto veloz estou Sedentária me quer

Crendo que só assim te amarei,

Mas boa caminheira da estrada,

Com o corpo vou.

Melancolia, quanta não derramou!

Quando descobriu quem sou,

Mulher que é parte de tudo,

E a tudo pertence e em tudo estar,

Mas sei que enquanto parte de tudo for nada serei.

Nada realmente me tem,

Como também nada tenho

De fato.

Se bem sei sofrer é um outro modo de amor, não?

A quem tudo pertence não há lugar de ficar porque é unidade

De em tudo estar.

È tudo, é ninguém....

É cem, é zém, é lém, vai além dar...

Entendo desconfiar da fruta doce na árvore

Que uns e outros pássaros bicam e ela com nada e nenhum vai ficar.

Maior medo sim... parar

É de morte imaginar.

Enquanto queres me plantar.

Como podes tu desconfiar do meu amor?

Por que o modo de vivê-lo é outro,

Se der a consciência o labor?

Será que não perderia a ti

Se eu não fosse

O jeito desse?

O amor não se entrega

A decadência da rotina,

A falta de outras conquistas que não o amor

Só morfina.

O sonho assim não se descortina,

Porque amarga e definha na dor.

Descaracteriza-a se

Objeta a utopia

Morre em tenra o

Fogo da paixão

Se água lança,

Não chore! Procure a causa,

Antes d’ela dar a cobrança,

Não admita o objeto sem

Entregá-lo ao

Escrutínio da razão

De existir.

Coração não pensa, até sente!

Vista o número do outro.

Experimente sonhar os sonhos que não os seus.

Quando não se pode o inverso fazer?

Dê a si o beneficio da esperança,

Exercite as possibilidades,

É mister aos vivos!

És amável, mesmo em minha estupidez,

Não me cospe, lambe!

Tão entregue, brigando consigo mesmo, assim venera meus passos.

Mesmo desconfiando que contigo não vou para sempre ficar.

Com a insegurança toda

Na dor ainda me ama.

Por toda insensatez,

Socorre-me qualquer, do custo... De viver nestes tempos e

Mesmo imperito,

Terei espaço pra te amar

Triste sim, vivo permaneça,

Por favor, amor!

Por isso, não morra!

Se não me alcança.