Precipício
Sangue!
Sangue, meu amor...
Há um paraíso no fim daquele precipício...
Esta é toda a sinfonia que invade o corpo,
O rufar relutante do peito frágil.
É neste momento,
Que se preenche as lacunas da dor lancinante
E dois são um, e um nada é.
O ar torna-se denso como sonho...
As penúrias dos desejos são apenas soluços deformados do gozo interminável do ir...
O breve despertar sempre vive,
Nas gotas que orvalham do teu corpo...
Furtivas, deslizam sobre tua fronte,
Por instante convulsa, agora apática,
E se esvai...
E vai... até o fim do precipício...
(2001)