Precipício

Sangue!

Sangue, meu amor...

Há um paraíso no fim daquele precipício...

Esta é toda a sinfonia que invade o corpo,

O rufar relutante do peito frágil.

É neste momento,

Que se preenche as lacunas da dor lancinante

E dois são um, e um nada é.

O ar torna-se denso como sonho...

As penúrias dos desejos são apenas soluços deformados do gozo interminável do ir...

O breve despertar sempre vive,

Nas gotas que orvalham do teu corpo...

Furtivas, deslizam sobre tua fronte,

Por instante convulsa, agora apática,

E se esvai...

E vai... até o fim do precipício...

(2001)

Ralph Heck
Enviado por Ralph Heck em 09/06/2010
Reeditado em 09/09/2010
Código do texto: T2308679
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