DE MADRUGADA . . .
De madrugada o ar está mais limpo e os sons, cristalinos. É a altura da noite que convida à confidência, à música suave e em surdina.
De madrugada, um livro é mais estimulante e a mente está mais desperta.
Sou nocturna. Espreito as estrelas no Verão, as nuvens no Inverno. Encho o peito desse frescor nocturno e tento ouvir um grilo, uma rã... Tento sempre mas há muitos anos que não os oiço; esses são os sons da minha infância que teimam em visitar-me quando me acerco da janela. Clamo por eles e apenas me responde um vago bruá próprio das grandes cidades!
(Quando poderei voltar a ser a menina despreocupada de pés descalços mergulhados nas águas do riacho? E ao longe o sino do campanário, os chocalhos das ovelhas...?
Não. Agora não. Agora espera-me o dia de quem trabalha. O dia agitado da cidade. O torvelinho de quem faz das minhas ruas as suas também. Espera-me o acotovelar de saídas e entradas e sempre em mente a madrugada de mais uma noite que me espera...)
Antecipo esse prazer e um sorriso atraiçoa-me; achar-me-ão tonta talvez, a sorrir e ainda assim apressada ( que a vida de adulto numa cidade é sempre em pressa, com pressa) daqui para ali, qual formiguinha trabalhadora!
Madrugada, amiga fiel; amiga inseparável! Amiga que me visitas nas más e nas boas horas. Amiga que tudo dás e nada pedes!
Até outras madrugadas!
De madrugada o ar está mais limpo e os sons, cristalinos. É a altura da noite que convida à confidência, à música suave e em surdina.
De madrugada, um livro é mais estimulante e a mente está mais desperta.
Sou nocturna. Espreito as estrelas no Verão, as nuvens no Inverno. Encho o peito desse frescor nocturno e tento ouvir um grilo, uma rã... Tento sempre mas há muitos anos que não os oiço; esses são os sons da minha infância que teimam em visitar-me quando me acerco da janela. Clamo por eles e apenas me responde um vago bruá próprio das grandes cidades!
(Quando poderei voltar a ser a menina despreocupada de pés descalços mergulhados nas águas do riacho? E ao longe o sino do campanário, os chocalhos das ovelhas...?
Não. Agora não. Agora espera-me o dia de quem trabalha. O dia agitado da cidade. O torvelinho de quem faz das minhas ruas as suas também. Espera-me o acotovelar de saídas e entradas e sempre em mente a madrugada de mais uma noite que me espera...)
Antecipo esse prazer e um sorriso atraiçoa-me; achar-me-ão tonta talvez, a sorrir e ainda assim apressada ( que a vida de adulto numa cidade é sempre em pressa, com pressa) daqui para ali, qual formiguinha trabalhadora!
Madrugada, amiga fiel; amiga inseparável! Amiga que me visitas nas más e nas boas horas. Amiga que tudo dás e nada pedes!
Até outras madrugadas!