Amor atrevido

Se naquele dia os versos me foram

Fortes

E me cortaram o espírito como facas

Onde já havia dores de portes.

Teu sorriso me foi flor

Gerou amor

Sem tu nem saber.

Se hoje te amo sem tu desconfiar

Se contigo sonho sem tu imaginar

Se te desejo sem poder tocar

Devo ao teu sorriso.

Que espontaneamente me veio dar.

De tão espontâneo que foi.

Nem se quer pode lembrar.

Pois... é, confesso;

Confesso o meu amor; perdidamente

Te amo e nem te peço

Para ter obrigação de me

Corresponder.

Sei que nem deve, nem pode e nem

Quer por eu estremecer.

Tão imperativo...

Não acreditarás,

Não agradecerás,

E, talvez, até te magoarás;

Tal notícia.

Se te ofenderás?

Perdão!

Sei que cobrarás o direito

Que não tenho.

A razão do respeito;

Às diferenças, as distâncias,

As instâncias, e...

Mais [cias] que me cobrarás.

Que para minha tristeza

Gritarás o tempo.

Peço perdão

Já de antemão

Pelo erro que cometi.

Sei é loucura! Me perdi.

Mas tudo tem explicação.

Solidão? Mesmo tendo o mundo?

E fragilidade?

Por um momento me abandonou - a razão?

Porque não soube pensar

Se era um momento cogitabundo?

Buscava por emoção?

Então, porque outros

Que encontrei não pude amar?

Não sei te responder, ainda!

Mas, para mim, tudo tem explicação.

Até paixão!

Que advoga para si uma des-razão.

Pois saberei sim, também do meu sentimento.

Para que não se ofenda do meu atrevido amor. Eu tenha que dizer que

Lamento.

Talvez de posse do motivo me absorva

Um dia!

E com essas palavras me perdoe hoje

Por eu te confessar.