O Trem do medo

Hoje, levantei mais cedo

Para falar do trem do medo.

Não sei se faço mal ou bem...

Não posso guardar segredo.

Porém, a ninguém aponto o dedo.

É um enredo de ameaço-ledo.

Então, cumpro a missão

De escrever com o coração.

Mas sinto a ameaça também...

Até parece desastre de trem,

Que a mente da gente mente;

Tal qual como ninguém

Fazendo total mistura

Como alinhavo de costura,

Entrelaçando o mal com o bem.

E nessa entretela colaca-se na tela

Uma ossada divina e completa.

Porém, nada tem de discreta

Como se fora de um atleta.

Dela se tira uma costela

Fazendo-se dela a mazela

Da procriação do pecado-trem.

Acho-me em elevado degredo

Enlevado pelo pensamento-medo

Exaltado com o trem imaginado.

Ele não vem de frente, vem de lado

De vermelho-sangue pintado.

E nesse enlevo de mente levada,

Demente e quase parada

Mal-educada à malcriada...

Pensando no estrago desse pecado,

Forçado à descarga de privada,

Fico privado e desequilibrado.

Pareço um trem descarrilado.

Na minha visão aquilina,

Com duas velhas meninas,

E como velha inquilina

De um lar já assombrado,

Apesar de assobradado.

Vê esse bicho vir de lado.

Desguarnecida vê de cima

Numa encanecida cabeça

Sem prever que nela desça

Um jato que vem do astro,

E que disto ela padeça.

É como o valor do amor.

Não dá pra ser mensurado.

Isto tudo não é engraçado?

Quanta bobagem,

Essa costela é a mãe

Que tem a coragem

De se doar a gregos e alemães

E do planeta fazer a contagem...

Enquanto o trem passa; tropeçamos no pecado.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 07/06/2010
Código do texto: T2305422
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