Às vezes....
Às vezes as palavras brotam tão fáceis das mãos que escrevem com decisão sobre um tema: uma dor, uma força .
Fraqueza. Sobre o amor que quase murchou.
Ou sobre aquele que reviveu.Com boa ou má intenção.
Parece tão fácil expor o que dentro do peito
está a explodir .
No entanto, às vezes, as mãos se movem e não tecem as letras que dariam alívio
e trariam algum brilho ao despertar ou viver.
Às vezes a voz emudece, as mãos se travam e dos lábios
quase fechados brotam ,sem querer, uma prece inaudível,
balbuciada sem fé e dos olhos secos e céticos
as lágrimas se negam a escorrer.
Às vezes o vazio é imenso. Um lago profundo aquietado
inunda um escuro brumoso , a lua se esconde em morros ,
as árvores em sombras imóveis são como fantasmas ,
se juntam, se fecham, amedrontam...
Às vezes é quase como morrer...