Casa velha.

Durante muito tempo aquela casa representou
a felicidade para toda a família e motivos para que
permanecessem unidos. Era lá que todos se reuniam
nos fins de semana. Lá se comemorava os natais, aniversários
e nascimentos de novas pessoas da família

Não era, de maneira alguma, uma rara beleza
de arquitetura nem da paisagem que a cercava.
Pelo contrário, era até uma construção simples
em um local sem muita pompa e sem beleza
estonteante. Um pouco isolada, quando chovia
se tornava difícil o acesso, devido às estradas não muito
bem conservadas. Mas lá havia a beleza
das coisas que viram as crianças crescerem,
que cresceram juntas e foram motivos de alegria
e aprendizados, com a horta e o jardim que todos,
desde pequenos ajudavam a plantar
e conservar. Havia as flores e as tardes lentas
que inspiravam tantos sonhos e versos.
Cada canto da casa e do quintal guardava lembranças
de tempos felizes, de amores, e desamores,
esperanças e desesperanças.

Quando foi anunciada a demolição, houve muitos
protestos, choros e tentativa de reverter à decisão.
Mas seria lutar contra uma força maior que do
que as que possuíam. Afinal, o progresso
tem destas coisa se é preferível olhar o lado
bom dos acontecimentos.

Desta forma, a casa, o quintal, horta e jardim
foram transferidos para o álbum de fotografia.
Fotografias tiradas com sentimento, com desejo de
mostrar ali, todas as emoções vividas em cada cômodo,
cada canto e eternizar as alegrias e bons momentos,
para amenizar as saudades, quando estas viessem
bater à porta sem aviso e sem piedade.


Camélia La Branca
14/01/009
Camélia La Branca
Enviado por Camélia La Branca em 03/06/2010
Código do texto: T2298156
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