ABRIGO DO PRANTO


Às vezes a solidão chora comigo
Tremendo de frio
Faz do meu peito abrigo para não sofrer;
Vem o pranto e soluça
Transformando-se em angústia
Até o amanhecer.
De repente a lágrima se descontrola
E desaba feito cachoeira
Molhando-me o rosto
De tanto desgosto por sentir-se só
Mas quando amanhece
O sol aparece para nos dizer
Que o desgosto é nosso, mas o rosto
É do próximo e temos que parecer
Alegres e que nada nos fere
Que por sermos sozinhos temos que viver
Que a dor de ser só
É uma dor só nossa, temos que aprender
Que a vida é curta, ninguém nos escuta.
Estamos sozinhos e não solitários.
E o peito dói tanto
Que nem mesmo o pranto
Desabando a cântaros pode aliviar.


Brasília, 02/06/2010