ABRINDO O JOGO

Não quero sinais ou gestos,

Nem quaisquer evidências que exijam análise.

Estou farta de passar pela fase de experimento,

Doses anteriores de frustração já me embebedaram o suficiente.

Galanteios e indiretas, conversas de duplo sentido, frases incompletas...

Para tudo isso digo: basta!

Se sabe o que quer, então vá a caça!

Caso contrário, não tome nenhum partido.

Não mais me envaideça nem me console.

Brincar de ser conquistador pode ser divertido,

Mas não se esqueça de que não está sozinho nessa.

Não me proponho mais a ler olhares.

É tão cansativo decodificar sorrisos...

O talento para investigação foge de mim

Quando não estou no domínio da sensatez.

Talvez sejam sintomas de paixão,

(mas ouça bem: Apenas talvez!).

O importante é que não era a minha mão que estava presa a sua

E não é o meu nome que você repete constantemente.

Estas evidências de fato não são meros sinais.

São provas!

Mais um poema dor-de-cotovelo?!

Por favor, não menospreze o que escrevo.

Estas são mãos que aprenderam a falar,

Porque nem sempre a voz é capaz de declamar com excelência,

As poesias sublimes que Deus através de nós constrói.

Esteja certo:

Vou ignorar todos os supostos indícios.

Apegar-me a certeza de um telefone que nunca toca o seu número.

Não quero sinais ou gestos

E já estou cansada de esperar atitudes concretas!