O existencialismo do inexistente
As ruas vazias, o saco cheio.
Valsa dos passos: dois pra cá, dois pra longe.
Arroto o almoço...
Assopro pro ar!
Tem gente me olhando.
Moro num lugar que não me habita.
Visto um corpo que não me habilita.
Me leva pra casa?
Sinto frio.
Me dá chá-quente, me cura, sou doente!
Mais de uma cor no céu:clara, azul e escura.
Hoje chove a clara.Parte imunda inunda.Faz submerso meu existir disperso.
Sou sacanamente demente e crente:Acredito
na verdade por trás dos anjos.
Devota à lealdade à fé, creio tanto que duvido dos fatos.
Seria um gato, voaria coruja.
Troquei o lugar do óvulo, agora é em cima.
Ando ovulando desatinos.
Tem uns.Uns dias que.Que parecem com.O filme do.Ouço a música e.Gritos vãos violam a velha.A velha lei.Leio.
Com minha pluma me esfaqueio.