MUITOS AMORES
(Os princípios de todo tratamento da alma, devem ver-se no seu protótipo – a confissão. C. G. Yung)
Ah, quantos amores eu já tive!
Ah, quantos suspiros e quantos tropeços, já viveu esse meu heróico coração!
Pois nessa minha vida confusa e triste, eu encontrei mulheres vividas, pudicas, beatas, esteticistas, fingidas, doutoras, filósofas e bancárias. Pois então pasmem! Eu até amei uma mulher que apanhava do marido. Os maus tratos foram tão grandes que, não suportando mais os maus tratos, ela assentou meia dúzia de boletins de ocorrência na delegacia de polícia. Pelos maus tratos e por ser alcoólatra, ele passou para a categoria de ex-marido, mas para a minha difícil compreensão, eu juro que vocês não vão acreditar, pois sem mais nem menos, ela simplesmente voltou a viver com o tal ex-marido agressivo e alcoólatra.
Ela agora me diz que vive com ele socialmente, acho que ela quis dizer “faz-de-conta” que vive ou vive de fachada, e que nesse esdrúxulo relacionamento não há sexo, carinho e naturalmente ausência completa de amor. Totalmente fora da compreensão humana sadia e normal. Eu acho que certas mulheres, vão até ao inferno em busca de luz. Diz que existe um propósito nessa atitude, mas só Deus sabe qual o objetivo que exige tanto sacrifício. Tem certas mulheres que são verdadeiras incógnitas, às vezes, representam uma enigmática persona no palco da vida, pois elas até conseguem mentir numa psicanálise e, desconfio eu que, elas mentem até para o seu pobre confessor.
Seria isso amor ou um doentio prazer?
Penso também que por trás disso tudo, deve haver algum interesse que não deve ser compartilhado ou revelado, pois além do mau chamado “status”, elas almejam se dar bem materialmente, uma verdadeira prostituição com nome diferenciado. Será que os fins justificam os meios ou, os meios justificam os fins? Têm pessoas capazes de tudo para conseguir o que desejam, eu acho que seria mais correto submeter-se a uma psicanálise, a fim de restabelecer o equilíbrio que foi perdido e desbastar as arestas tortuosas do caráter. Presumo, depois desse episódio que, essa mulher gosta de ser mal amada ou, sofre sérios desajustes na economia psíquica.
E aquelas que, um dia, foram substituídas ou preteridas, cegamente se transformaram em ásperas comentaristas da vida, críticas severas, descrentes e amarguradas pela própria desdita. Elas, as preteridas, se comportam desdenhosas como as raposas quando não alcançam as uvas, conforme nos conta Esopo: “Chegava a Raposa a uma parreira, viu-a carregada de uvas maduras e formosas, e cobiçou-as. Começou a fazer suas diligências para subir, porém como estavam altas e íngreme era a subida, por muito que fez, não pôde trepar; pelo que disse: – Estão as uvas em agraço e botar-me-ão os dentes, não quero colhê-las verdes, que também sou pouco amiga delas. E dito isto se foi”.Certamente que algumas desdenham com altivez, pelo menos elas demonstram certo equilíbrio e polida educação, mas o desdém da “raposa” fica muito claro.
É bem verdade que amei algumas delas. Ah, como eu as amei! Mas hoje eu posso confessar que nunca fui devidamente amado e acho que até foi bom não ser amado. Hoje, eu não sei mais onde estava o erro, se em mim ou nelas, mas a bem da verdade, eu acho que não havia amor nenhum, talvez um amor ou amizade na forma de ágape, regado com o vinho espumante da hipocrisia. Entretanto, depois de todos esses anos vividos e, para a minha própria desdita, eu descobri que as amei de forma errada.
Pois, eu as amei com flores, jantares, mimos, poemas e muitos amores, por isso eu acho que o romantismo foi apenas uma fase do século XIX, que no século XX estava morrendo e acabou se extinguindo no século XXI. Algumas delas eu amei tão somente os seus corpos, hoje reconheço que a experiência não foi nada boa, mesmo assim, ainda as guardo em saudosas lembranças porque, de certa forma, foi uma vivência prazerosa e elas assim queriam. Mas aquelas que eu amei com a minha alma e com aquele fogo que não consome; eu confesso que até nos fez muito bem no princípio, mas depois de certo tempo, eu também descobri que elas não queriam ser amadas assim.
Isso eu notei, pois identifiquei como é sumamente verdadeiro que, algumas delas, nada sabiam a respeito do amor ou tinham medo de amar. Outras apenas alimentavam interesses nada elogiáveis, outras eram totalmente desajustadas por falta de uma educação familiar correta. Pois foram visivelmente castradas pela família e pela religião. O sexo é um pecado nojento! Foi assim que elas aprenderam.
Na Igreja, diz o clero que o sexo é o caminho mais curto para a perdição eterna. Isso ainda é um resquício da idéia de Santo Agostinho, que de santo não tinha nada, pois era um libertino e insaciável hedonista. Pobres coitadas ou pobres coitados! Por certo, elas tiveram uma vivência em família que as deixou com sérias máculas ou complexadas e doentiamente desajustadas. Ah, encontrei muitas que só desejavam o prazer por um dia, hedonistas ou loucas, mas o fato é que hoje eu as encontro chorosas e tristes como as hienas.
Sorrindo é verdade, mas é da putrefação da sua vida, casadas e mal casadas e, como loucas, ainda se vangloriam vulgarmente com a perfídia que cometem. A minha experiência com as mulheres foi, sobremaneira, terrível e decepcionante. Em virtude de todas essas dificuldades, hoje, eu ainda persisto na busca da mulher que gosta de amar e ser amada. Nessas alturas da idade, eu tenho plena consciência da difícil missão que cismo em perseguir, entretanto, nada me fará desistir de encontrar um pesinho que caiba no sapatinho de cristal que uma fada-madrinha me deu de presente. Na verdade, eu confesso que não sou homossexual, misógino ou mulherengo, mas antes de tudo, a minha vivência com as mulheres me credenciou como mulherólogo.
Pois,
Para nascer, eu nasci!
Para viver, eu vivi!
Para amar, eu já amei, mas, se for necessário amar de novo, eu juro que hei de amar.
(Os princípios de todo tratamento da alma, devem ver-se no seu protótipo – a confissão. C. G. Yung)
Ah, quantos amores eu já tive!
Ah, quantos suspiros e quantos tropeços, já viveu esse meu heróico coração!
Pois nessa minha vida confusa e triste, eu encontrei mulheres vividas, pudicas, beatas, esteticistas, fingidas, doutoras, filósofas e bancárias. Pois então pasmem! Eu até amei uma mulher que apanhava do marido. Os maus tratos foram tão grandes que, não suportando mais os maus tratos, ela assentou meia dúzia de boletins de ocorrência na delegacia de polícia. Pelos maus tratos e por ser alcoólatra, ele passou para a categoria de ex-marido, mas para a minha difícil compreensão, eu juro que vocês não vão acreditar, pois sem mais nem menos, ela simplesmente voltou a viver com o tal ex-marido agressivo e alcoólatra.
Ela agora me diz que vive com ele socialmente, acho que ela quis dizer “faz-de-conta” que vive ou vive de fachada, e que nesse esdrúxulo relacionamento não há sexo, carinho e naturalmente ausência completa de amor. Totalmente fora da compreensão humana sadia e normal. Eu acho que certas mulheres, vão até ao inferno em busca de luz. Diz que existe um propósito nessa atitude, mas só Deus sabe qual o objetivo que exige tanto sacrifício. Tem certas mulheres que são verdadeiras incógnitas, às vezes, representam uma enigmática persona no palco da vida, pois elas até conseguem mentir numa psicanálise e, desconfio eu que, elas mentem até para o seu pobre confessor.
Seria isso amor ou um doentio prazer?
Penso também que por trás disso tudo, deve haver algum interesse que não deve ser compartilhado ou revelado, pois além do mau chamado “status”, elas almejam se dar bem materialmente, uma verdadeira prostituição com nome diferenciado. Será que os fins justificam os meios ou, os meios justificam os fins? Têm pessoas capazes de tudo para conseguir o que desejam, eu acho que seria mais correto submeter-se a uma psicanálise, a fim de restabelecer o equilíbrio que foi perdido e desbastar as arestas tortuosas do caráter. Presumo, depois desse episódio que, essa mulher gosta de ser mal amada ou, sofre sérios desajustes na economia psíquica.
E aquelas que, um dia, foram substituídas ou preteridas, cegamente se transformaram em ásperas comentaristas da vida, críticas severas, descrentes e amarguradas pela própria desdita. Elas, as preteridas, se comportam desdenhosas como as raposas quando não alcançam as uvas, conforme nos conta Esopo: “Chegava a Raposa a uma parreira, viu-a carregada de uvas maduras e formosas, e cobiçou-as. Começou a fazer suas diligências para subir, porém como estavam altas e íngreme era a subida, por muito que fez, não pôde trepar; pelo que disse: – Estão as uvas em agraço e botar-me-ão os dentes, não quero colhê-las verdes, que também sou pouco amiga delas. E dito isto se foi”.Certamente que algumas desdenham com altivez, pelo menos elas demonstram certo equilíbrio e polida educação, mas o desdém da “raposa” fica muito claro.
É bem verdade que amei algumas delas. Ah, como eu as amei! Mas hoje eu posso confessar que nunca fui devidamente amado e acho que até foi bom não ser amado. Hoje, eu não sei mais onde estava o erro, se em mim ou nelas, mas a bem da verdade, eu acho que não havia amor nenhum, talvez um amor ou amizade na forma de ágape, regado com o vinho espumante da hipocrisia. Entretanto, depois de todos esses anos vividos e, para a minha própria desdita, eu descobri que as amei de forma errada.
Pois, eu as amei com flores, jantares, mimos, poemas e muitos amores, por isso eu acho que o romantismo foi apenas uma fase do século XIX, que no século XX estava morrendo e acabou se extinguindo no século XXI. Algumas delas eu amei tão somente os seus corpos, hoje reconheço que a experiência não foi nada boa, mesmo assim, ainda as guardo em saudosas lembranças porque, de certa forma, foi uma vivência prazerosa e elas assim queriam. Mas aquelas que eu amei com a minha alma e com aquele fogo que não consome; eu confesso que até nos fez muito bem no princípio, mas depois de certo tempo, eu também descobri que elas não queriam ser amadas assim.
Isso eu notei, pois identifiquei como é sumamente verdadeiro que, algumas delas, nada sabiam a respeito do amor ou tinham medo de amar. Outras apenas alimentavam interesses nada elogiáveis, outras eram totalmente desajustadas por falta de uma educação familiar correta. Pois foram visivelmente castradas pela família e pela religião. O sexo é um pecado nojento! Foi assim que elas aprenderam.
Na Igreja, diz o clero que o sexo é o caminho mais curto para a perdição eterna. Isso ainda é um resquício da idéia de Santo Agostinho, que de santo não tinha nada, pois era um libertino e insaciável hedonista. Pobres coitadas ou pobres coitados! Por certo, elas tiveram uma vivência em família que as deixou com sérias máculas ou complexadas e doentiamente desajustadas. Ah, encontrei muitas que só desejavam o prazer por um dia, hedonistas ou loucas, mas o fato é que hoje eu as encontro chorosas e tristes como as hienas.
Sorrindo é verdade, mas é da putrefação da sua vida, casadas e mal casadas e, como loucas, ainda se vangloriam vulgarmente com a perfídia que cometem. A minha experiência com as mulheres foi, sobremaneira, terrível e decepcionante. Em virtude de todas essas dificuldades, hoje, eu ainda persisto na busca da mulher que gosta de amar e ser amada. Nessas alturas da idade, eu tenho plena consciência da difícil missão que cismo em perseguir, entretanto, nada me fará desistir de encontrar um pesinho que caiba no sapatinho de cristal que uma fada-madrinha me deu de presente. Na verdade, eu confesso que não sou homossexual, misógino ou mulherengo, mas antes de tudo, a minha vivência com as mulheres me credenciou como mulherólogo.
Pois,
Para nascer, eu nasci!
Para viver, eu vivi!
Para amar, eu já amei, mas, se for necessário amar de novo, eu juro que hei de amar.