Quando o amor vira saudade
Quando o amor vira saudade
Independentemente da idade, algo em nós que se lembra...
Tatuado na memória...
Traz a retina, tantas cenas, peças de teatro da vida...
Quando o amor, parte sem volta,
No peito algo entorta... Quebra, racha... descalcifica
...vai e leva nossa alma... Uns pedacinhos de nós
Histórias de pescadores... Na lua cheia da foz...
O amor é sublime e profundo, eterno em cada instante, e se ele vira saudade...
Fica mais forte que antes.
A saudade é morno abraço, dolorido bem querer...
É o braço já sem braços... É assim, eu sem você...
Uma noite já sem lua, a canção que já não toca...
Quando sinto tua falta...
Meu declamar não tem paz... Uma rima sem teu riso, um verso solto sozinho...
Sou apenas um poema de improviso, desesperado e sem ninho.
O amor assim saudoso...
Reescreve nossa história, nas gotas de um inverno rigoroso...
E de cada galho que cai, sinto que há mais a cair...
Na planície do passado... Eu queria você aqui!
Quando o amor muda de cara, e em saudade se limita...
É mais amor que navalha... Cortando lascas de minha vida.
Mas creio que assim nada muda...
É amor e sempre será... Pois nele há algo imutável
Eternidade no ar.
Márcia Poesia de Sá – 29.05.2010