[Nos Entornos de Mim: Confissões]
Eu não me levo a sério... ou estaria louco!
Eu não me gosto, pois não posso gostar de um desconhecido.
Eu sou como todo mundo - eu quero - portanto, basta, está justiifcado; o Imperativo Categórico de Kant que vá à merda!
Eu volto sobre os meus próprios passos - que mal há em errar duas vezes?!
Eu não consigo dizer toda a verdade - um resíduo fica...
Eu não consigo resistir a essa vontade de chutar a bola do mundo...
Eu não seria vizinho de mim mesmo... vizinho bom, é vizinho morto!
Eu confesso... confesso que sou ambicioso, arrogante, maligno, às vezes...
E faço sim, confissões... mas só à lua que não tem luz própria!
Eu revelo que tenho grande admiração pela frase atribuída a Nero:
"... que grande artista o mundo vai perder!"
Eu não diviso nada de interessante nos entornos de mim,
pois estou sempre muito ocupado tentando ser-me...
Eu já disse, repito: sou o louco d'aldeia!
... continua... sei lá se continua...
[Penas do Desterro, 26 de maio de 2010]