ONDE ANDA VOCÊ ?
Tarde comum como a mais comum das tardes...
Nas ruas de claridade pálida deslizam
apressados e barulhentos automóveis...
Gente que caminha num vai e vem interminável...
Velhos aposentados jogam dama na praça...
Crianças saltitantes com suas mochilas pesadas
apressam-se no retorno... Tudo fluindo numa tarde comum.
Um elevador preguiçoso, convida-me ao desembarque,
é Dia das Artes... Motivo de festa...
Gente alegre...
Artistas diversos expõem suas obras, declamam seus versos...
Muitos corredores, inúmeras salas...
Entrei sem bater na sua porta escancarada,
acolhedora e amiga, de olhos bonitos... Sorriso franco...
Ressoam ainda suas palavras... Acolhi com prazer seu desabafo...
Ouço ainda sua voz macia inconformada...
Guardo em mim seu rosto expressivo,
miúdo e delicado...
O giro cadenciado da roda do tempo,
distancia a cada segundo aquela tarde,
mas não ofusca as lembranças...
Aquela tarde não foi comum...
As tardes já não são comuns...
Tenho saudades.