Cumplicidade Virtual
O ato da indagação supõe ousadas vontades travestidas de incertezas e incólumes desejos,ambas as coisas, nascidas do sonho vivido.
Sonho que, inerte, pergunta se vale o caminhar...
Se o caminho existe...
Se espinhos são oferecidos...
Se pés descalços merecem o chão...
Se o caminheiro não é virtual...
Tão somente virtual...
Nesse íntimo e sombrio solilóquio, ainda matizado pela virtualidade, manifesta-se a euforia que não ressente o medo...
Que imagina a face, mas não vê o olhar...
Que toca os lábios, mas não ouve os sussurros...
Que se deleita na pele suave, mas não mergulha na alma...
É quando então ressurgirmos e junto carregamos o medo.
Medo de ousar...
De viver...
De pertencer...
De permitir-se...
De encontrar e desencontrar...
Medo do sonho ser verdade e da virtualidade, ainda que desconhecida a incompletude, faça repousar, insana, a vida em frenesi.
Só uma palavra então é permitida à imensidão dos olhos, ao sussurro da voz e aos inquietos gestos de busca: ENCANTAMENTO.
Já não há medo!
Já sou cúmplice do jeito de andar!!