Divagações

Venho aquecer-me no calor do vento

Com seu turbilhão de estórias

Trazidas de muito longe.

Minha gélida alma precisa de descanso.

Um remanso onde possa sentir o sol

A colorir as nuvens no esplendor

De seus fúlgidos raios.

Atrai-me o silêncio das madrugadas

Pois nele me perco do destino

Ingrato e insensato como uma quimera

E, que me espera na curva da vida.

Mas preciso esquecer-me de tudo

Por um momento.

E, acalentar-me nos braços do dia

Que a mim acolhe como uma mãe

Que anseia pelo retorno do filho.

Mas, à noite...

Com suas tempestuosas nuvens povoando o caminho

Pesa de assombros a caminhada...

E, silente se faz o pensamento

Sem sofrimentos ou angústias.

Apenas o pranto seco de quem

Já chorou por uma existência vã.

Tudo acabou...

E, uma nova era começa agora

Amortizando todas as dores não sentidas.

Dores que ficaram guardadas no arquivo do pensamento

Sendo para sempre excluídas dos novos sonhos.

E, o vento varre a minha alma na noite

Transcrevendo a estória de um destino fútil

Num real conto...

No dia que amanhece.