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AO SABOR DO VENTO 

Deixei o tempo dependurado no varal, porque resolvi sair do caos.

Entreguei-me ao sabor vento para que ele sopre sobre a minha alma e evapore todas as minhas dores e meus antigos amores.

Meus velhos sonhos estão empacotados e guardados em algum lugar, onde em outro tempo, eu possa achá-los. Eles são parte de minha história e me fizeram chegar no agora, em uma nova história.

Já não estou mais em explosão, nem sofro de tensão.
 
Existe outro lugar onde o novo se faz notar.

Sem medo, deixo-o estacionar em mim.

Estou dando adeus aos meus dias desbotados, ou mesmo costurados de instantes, de um amor desgastante que me tornou delirante.
 
Foi preciso me desinventar e em alguns momentos até me desintegrar para poder, enfim, me sintonizar com essa outra alma, mais calma, sem promessas e sentimentos desmedidos.

Ao me sentar no mesmo momento dessa nova alma  ao sabor desse mesmo vento sem perguntas, sem paixão, eu aceito navegar num novo mar, sem receio de naufragar.
 
Na verdade, somos duas almas sem promessas, sem pressa, cheias de vontade, de descobertas, despitas de tudo que já foi.

Estamos juntas pelo simples prazer de compartilhar a alegria de saber do nosso bem querer.

Não fizemos pactos, não fizemos juras, apenas estamos nos deixando afagar pelo alento desse vento  fazendo, simplesmente, nosso coração vibrar.