Menina, conheço seus passos e seus pés pisam minhas retinas. Quando pronuncia palavras de pavor, as aves do céu pousam em circunferência e a preserva dos perigos. Ainda assim chora.
Menina, os ardilosos fazem plantão, sabe disso. Deixou-se apanhar, como boba. Ah desculpa, fui rude, confundi pureza com ingenuidade. Talvez a carência a tenha conduzido a encontros desastrados.
Vejo plantas carnívoras se aproximando. Não permita, isso é fatal. Você tem luz nos olhos e um coração bondoso, mas esconde virtudes sob roupas cinzas.
A palmeira cresce sem temer as contingências, pois são cônscias de suas belezas. Ah, menina, como fênix, renasça e deixe o amor invadir seu universo, como a aragem arrefecida, depois do vendaval.
Foi você mesma quem cantou a canção “não se apresse não, que nada é pra já, o amor não tem pressa, ele pode esperar...” Não foi? Isso é bom sinal, sinal de que há uma brecha para o amor se embrenhar. Apavore não, mas não demore, pois o amor não espera a vida inteira.
Às vezes me ponho a pensar nos caminhos que percorreu... Tinham pedras, tinham flores, espinhos? Por acaso as cores esmaeceram? É um caminho comum. Nem melhor nem pior que o de Das Dores ou de Mercedes. É seu!
Você se apresenta como fortaleza, quando na verdade é frágil como cristal e se desmilingua com um poema de amizade sincera. Tire a máscara e se apresente em sua pura essência: frágil, carente, terna e amorosa.
Não deixe a beleza exaurir-se, nem o amor se extraviar por terrenos pantanosos. Mas se isso acontecer, sabe, que mesmo nos pântanos, as flores desabrocham.
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