Infinitude
Trago trancada no peito toda a existência de um segundo
E assim é pleno e verdadeiro o momento
Na intensidade do que sinto agora...
Alvorada sem início, ocaso sem fim
É assim, prisioneira do infinito,
A excelência do meu sentir por ti
Mas que são as palavras...
Tantas vezes incapazes de expressar
As avalanches de emoções... Sensações que se expressam em pulsares
Em pelos a arrepiar na pele da alma
Em olhos a marejarem,
Quando fito o horizonte de teu olhar
Como posso descrever este instante?
A magia da imensidão... Eis a expressão do que me invade a alma!
Energia sublime que me aprisiona os sentidos
Unidirecionais para ti, ainda que sequer me toques
Como encanto inexplicável, em tuas espirais aconchego-me
E no que tu julgas prisão, chamo acalento
Num silêncio cúmplice de respostas mudas
Há interrogações murmuradas na penumbra de tua ausência
E como se não bastasse! Um êxtase saciado e imune a seduções,
Mas tanto e sempre tão vulnerável sou, à simples lembrança de ti
Ah eternidade instante!...Efêmero engano,
Onde vislumbrei nosso desenlace
Como mãos que se desgarram à medida que os pés consomem as distâncias
Ah luminosa energia que nos une pelas luas das noites,
Onde perdemo-nos alhures a nos fitar
Dias que ardem ao sol da espera e nas cores lentas a tatuarem tua pele
É a vã tristeza que se aquece na sombra do luar, eu sei
Ah eternidade existência de tu em mim!
Como ouso eu viver assim a mercê de tua ausência?
Como ousas tu existir sempre no longe?
Quem dera eu roubar para mim este instante...
Só para dizer que és agora
A redundante infinitude do meu existir