Nada é para sempre
Dois amigos andavam por um deserto.
Já muito fatigados, encontraram um oásis.
Nele, um poço de águas cristalinas
Aonde com sofreguidão saciaram sua sede.
Aquele lugar tornou-se então chão sagrado
Pelo poder de aliviar o cansaço.
Armaram então uma tenda e com agrado
Falavam dos amores e das dores,
Dos encontros e desencontros
Das vitórias e também dos dissabores.
Presente, passado e futuro ali desfilavam.
Por algum tempo confidenciaram
Seus segredos mais recônditos.
Depois se aquietavam e silenciosos
Escutando o trinar dos pássaros,
O farfalhar do vento nas palmeiras,
Era como se rezassem prece poderosa
Só compreensível aos seus corações
Entrelaçados por um Invisível “fio dourado”.
Um dia, porém, por um pequeno descuido,
Só por um descuidozinho...
Um se desconectou do outro,
Perderam a sintonia.
Nunca mais a mesma harmonia,
O lindo “fio” se partiu.