Nada é para sempre

Dois amigos andavam por um deserto.

Já muito fatigados, encontraram um oásis.

Nele, um poço de águas cristalinas

Aonde com sofreguidão saciaram sua sede.

Aquele lugar tornou-se então chão sagrado

Pelo poder de aliviar o cansaço.

Armaram então uma tenda e com agrado

Falavam dos amores e das dores,

Dos encontros e desencontros

Das vitórias e também dos dissabores.

Presente, passado e futuro ali desfilavam.

Por algum tempo confidenciaram

Seus segredos mais recônditos.

Depois se aquietavam e silenciosos

Escutando o trinar dos pássaros,

O farfalhar do vento nas palmeiras,

Era como se rezassem prece poderosa

Só compreensível aos seus corações

Entrelaçados por um Invisível “fio dourado”.

Um dia, porém, por um pequeno descuido,

Só por um descuidozinho...

Um se desconectou do outro,

Perderam a sintonia.

Nunca mais a mesma harmonia,

O lindo “fio” se partiu.

zaque
Enviado por zaque em 21/05/2010
Reeditado em 27/06/2010
Código do texto: T2271134