A madrugada tem gosto de som esvaído
Vazou um olhar pela fresta da janela
Que foi lá ver onde é que as formigas dormem
Se embaixo dos pássaros ou em cima deles
E onde dormem todos os sons da hora do dia
Eu fico imaginando as pessoas dormindo
E de boca aberta engolindo luz apagada
E que acordam com cheiro de escuridão
Cuspindo pedaços de trevas nos caminhos
Mas isso é porque todos estão dormindo
E eu aqui acordado espiando-lhes os sonhos
Tem essa coisa de tentar esconder de si mesmo
Tudo aquilo que sente e viu e que pensa até
Melhor era fazer um pequenos pacotes disso tudo
E ir deixando por aí nos bancos das praças
E também nas portas das casas e nas janelas
Mas esses pedaços de imaginação não dão
E nem são suficientes para uma história inteira
Que começaria pelo final faltando um pedaço
Um pedaço que ficou no outro que a gente não viu
Porque o outro não olha para gente para ver
O pequeno pedaço da história inteira que temos
Eu pendurei meus pedaços na luz das estrelas
O resto fui escrevendo em cada folha caída
E só as árvores silenciosas é que testemunham
Que o que eu tinha de mais belo ali escrevi
Agora chega o dia e elas não falam e eu esqueci
Por isso saio a andar e a olhar as árvores
Procurei pelo que resta em cada rastro e resto
Mastiguei a chuva de nuvens impossíveis
Passei tardes engolindo raios de sol
Para estar satisfeito na hora de ingerir o luar
E cheirar o infinito enquanto lamber as estrelas
E trago toda essa luz impregnada na pele
Que faz um bem danado ao coração
Mas um mal danado para os olhos
Ah, amor meu, se soubesses que espalhados
Esses pedaços meus serão tão difíceis de juntar...
Vazou um olhar pela fresta da janela
Que foi lá ver onde é que as formigas dormem
Se embaixo dos pássaros ou em cima deles
E onde dormem todos os sons da hora do dia
Eu fico imaginando as pessoas dormindo
E de boca aberta engolindo luz apagada
E que acordam com cheiro de escuridão
Cuspindo pedaços de trevas nos caminhos
Mas isso é porque todos estão dormindo
E eu aqui acordado espiando-lhes os sonhos
Tem essa coisa de tentar esconder de si mesmo
Tudo aquilo que sente e viu e que pensa até
Melhor era fazer um pequenos pacotes disso tudo
E ir deixando por aí nos bancos das praças
E também nas portas das casas e nas janelas
Mas esses pedaços de imaginação não dão
E nem são suficientes para uma história inteira
Que começaria pelo final faltando um pedaço
Um pedaço que ficou no outro que a gente não viu
Porque o outro não olha para gente para ver
O pequeno pedaço da história inteira que temos
Eu pendurei meus pedaços na luz das estrelas
O resto fui escrevendo em cada folha caída
E só as árvores silenciosas é que testemunham
Que o que eu tinha de mais belo ali escrevi
Agora chega o dia e elas não falam e eu esqueci
Por isso saio a andar e a olhar as árvores
Procurei pelo que resta em cada rastro e resto
Mastiguei a chuva de nuvens impossíveis
Passei tardes engolindo raios de sol
Para estar satisfeito na hora de ingerir o luar
E cheirar o infinito enquanto lamber as estrelas
E trago toda essa luz impregnada na pele
Que faz um bem danado ao coração
Mas um mal danado para os olhos
Ah, amor meu, se soubesses que espalhados
Esses pedaços meus serão tão difíceis de juntar...