UM CANTO CHORADO


Todos dormem
Enquanto eu choro
Meu pranto de solidão
Falando comigo mesma,
O pranto banhando o rosto
Que soluça de desgosto
Por tanta desilusão.

Ouvindo o som do silêncio
Que grita desesperado
Parecendo alucinado
Enquanto eu espero o sono
Que teima em não chegar
Vou seguindo solfejando
Um cantar quase chorando
Mas ninguém vai me escutar.

Este vazio dói tanto
Que até o gosto do pranto
Amarga na minha boca
E tentando adormecer.
Enquanto não amanhecer
Misturo o pranto com o canto
Para não enlouquecer
Mas já me sentindo louca.


Brasília, 19/05/2010