Sinto-me cansado...

Um cansaço abate por sobre minhas pálpebras e eu...

Paralítico como estátua de um moço qualquer

Deixo-me uma mão sobre a outra e o “velho coração” – de três décadas

Bater macio no peito...

Ah, lembranças de algum tempo atrás...

Recordações de horas anteriores ao meu soluço empobrecido de esperança...

Disseram-me que a moça surgirá ao cais, pra eu ter paciência,

Pra eu ficar contando as jangadas que surgem sobre as vagas

Porque numa delas lá estará...

Ah, meu olhar de agora é tão sem esperança quanto

O olhar daquela moça aos vestígios do naufrágio

Em que perdera o namorado marinheiro...

Agnaldo Tavares o Poeta
Enviado por Agnaldo Tavares o Poeta em 19/05/2010
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