Sinto-me cansado...
Um cansaço abate por sobre minhas pálpebras e eu...
Paralítico como estátua de um moço qualquer
Deixo-me uma mão sobre a outra e o “velho coração” – de três décadas
Bater macio no peito...
Ah, lembranças de algum tempo atrás...
Recordações de horas anteriores ao meu soluço empobrecido de esperança...
Disseram-me que a moça surgirá ao cais, pra eu ter paciência,
Pra eu ficar contando as jangadas que surgem sobre as vagas
Porque numa delas lá estará...
Ah, meu olhar de agora é tão sem esperança quanto
O olhar daquela moça aos vestígios do naufrágio
Em que perdera o namorado marinheiro...