Nostalgia
Nostalgia
Onde está você, que não dá seus ares da graça e não me contas de suas alegrias, seus dias e seus sonhos ? Onde está você musa do crepúsculo, da boca da noite, das serestas urbanas e do vagar das ondas da barra, dos ventos do pelourinho, das roupas estendidas no Abaeté. Que é feito de ti morena, que ficas enfurnada nos labirintos da fria construção e tem como companhia apenas o calor de seu micro e o sopro do cooler fazendo zumbido em teus ouvidos, mas não dizem nada, não segredam nada, não representam absolutamente nada. Onde está aquele seu sorriso de lua cheia e seus olhares brilhantes quando falas das coisas divinas? Onde afinal você se trancou, já que as chaves do meu coração não conseguem destrancar essa porta que se estabeleceu entre você e eu. Quando enfim te verei novamente para as nossas conferencias e para que você seja a deferente e não diferente ou indiferente dos meus sonhos, simples, mas ousados para mim.