Ah, essa Poesia! Essa Poesia tem
Marcas de sangue de feridas antigas
Sob as marcas de novas feridas
Tão conhecidas...
Tem os olhos inchados de chorar
Essas coisas todas não amanhecidas
Tem um corpo dolorido de rolar
Insone na infâmia do leito
Essa Poesia tem a mania de prantear
Tudo o que ainda há de ser desfeito
Tem a ressaca de noites passadas
E a preguiça de se levantar de manhã
Tem o indolente vício de se lembrar
Só aquilo que deveria ser esquecido
Essa Poesia tem mania de procurar
Onde se enterram os amores perdidos
Essa Poesia só não tem... Ah, não tem!
Dois copos, uma garrafa de cachaça
Uma mesa e mais umas duas cadeiras
Nem muito assunto para noites inteiras
Não tem sequer a toda hora um bar
Em qualquer esquina da existência
Para a gente poder beber até perder o juízo
E para nunca deixar de lembrar de esquecer
Que essa Poesia tem só o que eu não preciso...
Marcas de sangue de feridas antigas
Sob as marcas de novas feridas
Tão conhecidas...
Tem os olhos inchados de chorar
Essas coisas todas não amanhecidas
Tem um corpo dolorido de rolar
Insone na infâmia do leito
Essa Poesia tem a mania de prantear
Tudo o que ainda há de ser desfeito
Tem a ressaca de noites passadas
E a preguiça de se levantar de manhã
Tem o indolente vício de se lembrar
Só aquilo que deveria ser esquecido
Essa Poesia tem mania de procurar
Onde se enterram os amores perdidos
Essa Poesia só não tem... Ah, não tem!
Dois copos, uma garrafa de cachaça
Uma mesa e mais umas duas cadeiras
Nem muito assunto para noites inteiras
Não tem sequer a toda hora um bar
Em qualquer esquina da existência
Para a gente poder beber até perder o juízo
E para nunca deixar de lembrar de esquecer
Que essa Poesia tem só o que eu não preciso...