Simplicidade.
Simplicidade.
(Delasnieve Daspet)
É domingo.
Lá na fazenda o som do sino
chama para o café.
No capelinha - do morro da Teima -
os devotos depositam sua fé!
Um sol dourado - de profunda paz,
e um suave vento sul
encrespa a superfície do Rio Tereré!
No interior da morada -
uma familia unida -
senta-se à mesa para o desejum -
um cão ao lado,
um rádio ligado,
Nasce um poema.
Não importa o que ocorra
-na cidade ou no mundo -
Naquele chão a vida pára!
Existe felicidade na simplicidade...
Para onde foi tudo isso?
Como deixei escapar
os doces momentos vividos?
Tudo perdido nesta planura imensa -
e fiquei só - como o buriti,
num eterno anseio circundada
de plácidas visões!
Os sonhos que tive outrora,
perderam-se na distância!
Eu não quisera morrer,
deixando as mágoas em minh'alma!
Sou pantaneira, sou filha das florestas
virgens do meu Estado.
Longe da cidade, nesta rude habitaçao,
sinto leve o coração!
Não há mais tempo para errar,
carrego nos olhos a noite e o dia,
sinto n'alma um anseio louco que
exprime em versos os meus segredos.
Preciso voltar.
## 13 de janeiro de 2.000
Campo Grande MS