IMAGEM  GHOST


Quando não tenho nada a fazer, faço poesia.
E quando faço poesia faço coisas que talvez tivesse sido melhor que não tivesse feito coisa alguma.
Quando faço poesia materializo pensamentos que nunca deveriam ter saído desse meu cérebro pensante e ordinário.
Esse cérebro que não se satisfaz com fantasias e se alimenta da ilusão
de que um dia
ouvirá das estrelas alguma sinfonia
que somente aos anjos de almas brancas e asas peroladas é concedida a divina graça de embalar seus sonhos.

E quem sou eu, clarão de Lua Minguante em desertos áridos, quem sou eu para merecer subir ao Pódio dos Felizardos, se nem mesmo em solo firme e seguro pude (um dia) caminhar, sem que os fantasmas dos hipócritas me deixassem passar sem cortar minha já tão frágil  e decadente inspiração.