Eu adivinhava essa angústia
Definhava silenciosamente de aflição
Havia de súbito e enigmático
Um sutil pressentimento...
Tornando vãos esses momentos
Sonhos ruins vividos acordado
De repente a estrada deserta
Todas as distâncias vislumbradas
A noite que deita escuridão
E que tudo invade com seu silêncio
Tudo silenciado, terrível e aterrador
Pura e simplesmente desolador
E sim, a dor, a mesma dor
A tão bruta e conhecida dor
Anunciando vindouras tristezas
Dissipando conquistadas belezas
Findando no tempo da delicadeza
E o concreto medo repentinamente
Apossando-se de todos os momentos
Impunemente, vorazmente
Cruel e apressadamente
Tornando tão sem sentido
Tudo o que viria pela frente
Resta tão somente este torpor
O gosto amargo dessa certeza
E nesse entorpecimento
O vislumbre de um futuro incerto
Completamente irreal e inexistente
No pesadelo tudo é somente desolação
E na aridez desse imenso deserto
Uma promessa de solidão...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 13/05/2010
Reeditado em 08/08/2021
Código do texto: T2253820
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