Monólogo do Infinito
Quando os meus olhos limitados
Tentam penetrar teu horizonte,
Nada vejo, por que?
Quisera não ser tão pequeno
E insignificante perante a ti, gigante!
Quisera poder te compreender e desvelar
Tua infinita grandeza, mas não consigo.
Sei que me dás abrigo com teu sol,
A relva do campo é pra mim verde lençol
Em que me deito e te olho,
Porém, pouco vejo, se é que vejo.
Tua paz me faz dormir
E, talvez neste estado,
Venha algo mais sentir.
Os pensamentos habituais
Não mais me atrapalham.
Por algum tempo, sei que serei capaz
De, através de um sonho,
Ou, quem sabe, um transe momentâneo,
Sentir tua presença que me acalma,
Que a lugares outros conduz minh’alma,
Onde somente outros conseguem alcançar
E entender.; mas, eu, tão pequenino ser,
Já me dou por satisfeito de poder sentir
O que tens pra me oferecer.
Agora chove, a relva se faz molhada
E eu me levanto, completamente refeito.
Que bem tão grande isto me fez!
Que sensação gostosa dentro do peito!
Como é bom parlamentar contigo,
Meu glorioso infinito.